terça-feira, setembro 02, 2008

População começará a cair em 2040, diz IBGE

A população brasileira chegou em 2008 a 189,6 milhões de habitantes, mas cresce em ritmo cada vez menor devido à queda nas taxas de fecundidade. Com isso, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) está revendo suas estimativas e antecipou a data em que prevê que a população começará a cair. Em vez de 2062, a nova projeção aponta que isso ocorrerá até 2040.

Os números definitivos da nova projeção oficial serão divulgados apenas em novembro, mas ontem, ao divulgar as estimativas populacionais de 2008, os técnicos do instituto adiantaram que o novo teto populacional ficará entre 217 milhões e 220 milhões de habitantes ao final da década de 2040.

A estimativa antiga apontava que a população ultrapassaria 260 milhões de pessoas e só depois diminuiria, em 2062.A revisão nas estimativas oficiais foi necessária por causa da queda mais intensa do que a prevista nas taxas de fecundidade. As últimas pesquisas do IBGE e do Ministério da Saúde já indicam que o número médio de filhos por mulher está abaixo de 2, ou seja, inferior ao nível de reposição populacional. Essa queda mais acentuada do que a prevista fez com que o instituto revisasse seu limite de queda projetado para a fecundidade. Em vez de 1,85 filho por mulher, agora o IBGE trabalha com a taxa de 1,5.

Luiz Antônio Oliveira, coordenador de População e Indicadores Sociais do IBGE, explica que essas revisões são constantes e que, no passado, o ritmo mais intenso de queda de fecundidade já havia superado estimativas antigas."Em 1970, a fecundidade estava no patamar de 5,8 filhos por mulher. A partir do censo daquele ano, as estimativas indicavam que a população ficaria em 2000 entre 201 milhões e 221 milhões. A população recenseada em 2000, no entanto, ficou em torno de 170 milhões, ou seja, 30 milhões a menos que a estimativa menos conservadora", afirmou.

O objetivo de atualizar constantemente essas estimativas é ajudar o país a adequar suas políticas públicas ao tamanho da população. Uma fecundidade mais baixa, aliada ao aumento da expectativa de vida, significa que a população idosa será proporcionalmente cada vez maior, o que tem impacto direto em políticas de saúde, aposentadoria e no mercado de trabalho, por exemplo. As novas projeções do IBGE serão feitas levando em conta estimativas de população não contada no censo de 2000 e na contagem populacional do ano passado.Para 2007, por exemplo, o instituto estima que de 1,7% a 3,4% da população não foi contabilizada. Juarez de Castro Oliveira, do IBGE, afirma que é comum os censos, em todo o mundo, apresentarem alguma omissão e que as taxas brasileiras não diferem muito das verificadas em outros países.

Na sexta-feira (29/08), o IBGE divulgou também suas estimativas populacionais para cada município brasileiro. O Estado de São Paulo, mais uma vez, apresentou a maior cidade do país -São Paulo, com quase 11 milhões de habitantes- e a menor -Borá, com apenas 834. As estimativas para 2008 foram feitas com base no Censo de 2000 e na contagem populacional de 2007. Elas são parâmetro para o TCU (Tribunal de Contas da União) determinar a parcela que cabe a cada prefeitura no Fundo de Participação dos Municípios. As prefeituras têm prazo de 20 dias, a contar da publicação das estimativas no "Diário Oficial" da União, para apresentar recurso ao IBGE.Isso tem acontecido, principalmente, em casos em que a cidade passa a receber menos recursos da União por causa do crescimento menor ou da diminuição da população.São raros, no entanto, os casos em que o recurso tem fundamento, de acordo com o instituto.

Fonte: Folha de São Paulo, Caderno Cotidiano

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