segunda-feira, maio 19, 2008

Formadas na Geografia do UNIFIEO ingressam no mestrado da USP

Lury Ueda e Daniela Tobias são formadas pelo Curso de Geografia do UNIFIEO. Lury formou-se no final de 2006 e Daniela no final de 2007. Ambas foram aprovadas na seleção para mestrado em Geografia Física do Departamento de Geografia da USP neste mês. Elas responderam algumas questões para o Blog da Geografia FIEO.

1. Qual é a área, orientador e o título do projeto de pesquisa de vocês?

Lury: Meu trabalho será desenvolvido na área da cartografia geomorfológica, orientado pela Prof. Drª Rosely Pachedo Dias Ferreira. O título do meu trabalho é: Mapeamento das áreas de fragilidade ambiental no município de Bofete (ainda é um título provisório).
Daniela: Área de Geoprocessamento. O orientador será o Prof. Dr. Alfredo Pereira de Queiroz Filho. O título do projeto é "A linguagem cartográfica aplicada a outras formas de representar fenômenos espaciais no município de São Paulo".


2. O que as atraiu para a pesquisa nos temas escolhidos?

Lury: Durante minha graduação, sempre gostei de desenvolver os trabalhos na área da geografia física, e a identificação com a cartografia, o estudo de cores, estética dos mapas, traçados, enfim, veio da época que cursei desenho industrial, e se intensificou ainda mais com as aulas de sensoriamento remoto. Então por que não unir esses temas? Afinal durante a graduação estagiei no IGC (Instituto Geográfico e Cartográfico) e estou trabalhando até hoje com produções de mapas. Após o término do curso de geografia na FIEO, fui pedir informações na secretaria de pós da USP, quais eram os procedimentos para assistir aulas como aluno especial e cursei quatro disciplinas: Pedologia e Geomorfologia (prof. Queiroz), Geomática (prof. Raffo), Avaliação e prospectiva do território (prof. Hervé) e processamento de imagens orbitais (prof. Ailton). Creio que foi importante o contato com os professores, os trabalhos desenvolvidos, porque amadureceu mais a idéia de trabalhar com mapeamentos.
Daniela: Os constantes avanços dos pensamentos cartográficos em suas formas de representação espacial e o desenvolvimento de softwares capazes de realizar de forma prática o que foi pensado na teoria, tornou-se para mim um desafio, que se transformou no meu projeto de mestrado.

3. Vocês acharam que o curso de Geografia da FIEO lhes deu uma boa base?

Lury: Sim. Apesar do curtíssimo tempo que temos durante a graduação, temos ótimos professores e a FIEO deu uma boa base; e até pra passar no concurso para professores do Estado. Caiu praticamente tudo que estudamos aí.
Daniela: As aulas ministradas no Centro Universitário FIEO foram de vital importância para o meu desenvolvimento pessoal. As aulas de cartografia orientaram minhas produções acadêmicas e meus objetivos desde o primeiro semestre de aula. As demais disciplinas complementaram minha formação, contribuindo para que pudesse fazer geografia através da cartografia. Não posso esquecer também do relacionamento desenvolvido entre os colegas alunos.

4. Vocês acharam que poderiam sofrer algum tipo de preconceito por virem de uma escola particular?

Lury: Pra ser sincera já pensei nisso, quando houve a seleção pra estagiários no IGC, fui a primeira a ser chamada de faculdade particular. O pessoal do IGC fez comigo um teste, e a partir disso quebrou-se o mito de que pessoas de faculdades públicas são mais empenhadas. Pelo contrário, as pessoas de faculdades particulares são mais interessadas e esforçadas, segundo os técnicos do IGC. Estagiei lá durante 1 ano e 2 meses. Outro receio que tive foi quando houve a seleção para aluno especial na USP, onde cada professor analisa toda documentação pedida: histórico escolar, currículo, e carta de apresentação, por que há poucos alunos vindos de faculdades particulares. No caso da seleção para mestrado, o que conta muito é o histórico escolar e se já participou de trabalhos de iniciação científica ou de elaboração de monografia individual.
Daniela: Não. Mas no caso de apresentar um projeto de mestrado diretamente a um orientador na USP, é necessário buscar estabelecer um relacionamento de proximidade, seja freqüentando aulas nos cursos de Pós ou participando de cursos, palestras e fóruns oferecidos pela mesma, nisso tivemos muito apoio dos nossos professores da Geografia FIEO. Ou seja, mostrar a cara na USP é importante. Porém os professores com os quais me relacionei, sempre mostraram uma admiração pelos alunos vindo do curso de Geografia da FIEO.

5. Quais são os outros trabalhos que vocês desenvolvem e quais os planos futuros?
Lury: Bom atualmente, estou trabalhando na Editora Abril, na seção de cartografia do Guia 4 Rodas, (desde fev. 2007). Ingressei no funcionalismo público este ano, lecionando pra o ensino médio e fundamental EJA, noturno, e vou iniciar o mestrado. Quero concluir o mestrado, e continuar trabalhando na área. Adorei ter estudado geografia e ter conhecido ótimos professores!!!
Daniela: Atualmente trabalho como técnica de geoprocessamento pelo IPT, prestando serviços na Procuradoria Geral do Estado de São Paulo. Também sou professora concursada no Estado de São Paulo. Tenho planos de continuar trabalhando com pesquisas em geoprocessamento, pois tem sido um campo fértil pra mim e muitos concursos têm surgido nessa área.

6 comentários:

  1. Fico realmente muito feliz que ex-alunos do UniFieo tenham sucesso no início de sua carreira profissional, mas quantos deles estão nestas condições? Se fizermos um levantamento,qual a porcentagem de formandos que estão realmente ganhando dinheiro?(que é o que importa, INFELIZMENTE), portanto parabenizo estas duas alunas por seu esforço pessoal (INTEIRAMENTE) em se aplicar em ferramentas GIS.
    Pois o UniFieo não dá o mínimo de base para o que o mercado mais exige, formam professores, mas não Geógrafos que entendam de GIS. Disciplina de geoprocessamento não existe na grade curricular, portanto, caros alunos, se apliquem no estudo de Inglês e sejam auto de data em ferramentas GIS para não serem obrigados a agüentar os alunos marginas do Estado.

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  2. Primeiro temos que agradecer o comentário do nosso amigo Anônimo e depois, consequentemente, fazer ressalvas quanto a este comentário.

    Primeiro é que nenhuma faculdade pode se responsabilizar inteiramente pelo sucesso profissional de cada aluno. Cabe a cada um fazer escolhas e se aplicar na concretização delas. Em se tratando do curso de Geografia essa afirmação se torna ainda mais enfática...

    São muitas áreas e muitas possibilidades a seguir. Posso me tornar desde um professor de geografia (de escola particular ou pública, ou um professor mediano na particular ou excelente professor na pública e porque não no ensino superior) ou posso me tornar um geógrafo (ligado a área de geografia física (geologia, climatologia, cartografia, gis, etc) ou ligado a área de geografia humana (geomarketing, consultor, concursado etc). São muitas as possibilidades...

    Mas, é fato é que todos vão ter que tomar decisões e arcar com elas. E é um pensamento errado dizer “infelizmente o que importa é o dinheiro”. Felizmente temos o dinheiro que faz parte das nossas escolhas profissionais. Há inúmeros cursos no mercado relacionados a geoprocessamento. Assim como pagamos a faculdade podemos pagar cursos a parte também. É só fazer a escolha. Quanto ao inglês você tem razão! Todos deveriam estudar e se aplicar no domínio da língua. Quem não pode pagar seja autodidata (para não ser auto de data).

    Agora seus comentários foram objetivos e merecem ser respondidos até dizer: “marginais do Estado”. Jamais aprendemos isso na UNIFIEO. Eu estou lá a um não e meio e nunca vi um professor usar essa expressão se referindo a escola pública. Ao contrário. Esse conceito “marginais do Estado” é uma falta de ética tremenda e é a prova viva de que nem tudo a faculdade pode ensinar aos seus alunos...

    Obs: a esmagadora maioria dos alunos do curso de geografia vem de escola pública, inclusive eu.

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  3. Olá, gostaria de ver publicado no blog o artigo do ilustríssimo jornalista Gabriel Perissé que fez um raio-x da educação estadual de SP.

    segue o link http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?msg=ok&cod=517CID001&#c

    Obrigado,

    Renato de Oliveira Bonetti
    ex-aluno de Geografia da Unifieo

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  4. noooooooosa PARABENIZO O UBIRATAM POR ESSA RESPOSTA a eSse anônimo.Eu sou do Amazonas e estudei a minha vida toda em escola publica.tenho 18 anos e passei na universidade federal daqui do Amazonas através do ENEM.
    NÃO SOU MARGINAL DO ESTADO.
    Estou feliz por essas estudantes, e espero conseguir obter sucesso tmb.

    Nádia Rafaela

    NÁDIA RAFAELA

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  5. Bom, apesar do tempo dessa publicação, já estamos em 2010, estava procurando algumas informações quando me deparei com o blog. Eu me formei na Fieo e os comentários do primeiro colega são bem pertinentes com respeito ao curso de geografia. Há uma defasagem na grade curricular voltada para o ensino de geoprocessamento e é esmagador o número de alunos que saem da Fieo sem conhecimentos cartográficos. Não há disciplinas que trabalhem software e se quer há um laboratório de geoprocessamento, pelo contrário, a única tentativa até hoje foi a de se estabelecer um atelie cartografico que já foi até desmontado em função de não servir para nada!!!

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  6. Anônimo disse... ra..ra...
    Bom, apesar do tempo dessa publicação, já estamos em 2010, estava procurando algumas informações quando me deparei com o blog. Eu me formei na Fieo e os comentários do primeiro colega são bem pertinentes com respeito ao curso de geografia. Há uma defasagem na grade curricular voltada para o ensino de geoprocessamento e é esmagador o número de alunos que saem da Fieo sem conhecimentos cartográficos. Não há disciplinas que trabalhem software e se quer há um laboratório de geoprocessamento, pelo contrário, a única tentativa até hoje foi a de se estabelecer um atelie cartografico que já foi até desmontado em função de não servir para nada!!!

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