terça-feira, janeiro 19, 2010

O choque das placas no Haiti e a missão ONU/BRASIL

Publicado em: http://mundogeofieo.blogspot.com/2010/01/o-choque-das-placas-no-haiti-e-missao.html


- O Peso de Uma Catástrofe -

O que vem acontecendo no território haitiano desde o ultimo dia 12 mais que uma catástrofe natural, também reflete, mesmo que de maneira mais opaca, como o exercicio da soberania mundial se manifesta nos momentos da fragilidade humana. E que, de uma maneira mais subjetiva, está transformando a ação humanitária no território em uma disputa de poder.
Todo esse aspecto se desenvolve dentro da esfera política internacional, comandada pela ação humanitária coordenada pela ONU após a instabilidade política que o pais vem sofrendo e que elegeu ao Brasil a sua primeira missão internacional com o intuito de uma reorganização daquele território. Dentre as premissas, o Brasil deveria: estabilizar o país; pacificar e desarmar grupos guerrilheiros e rebeldes; promover eleições livres e informadas, e; formar o desenvolvimento institucional e econômico do Haiti. A missão vem se desenvolvendo desde 2004 e as adversidades são tantas que ainda há muito o que ser feito. Entretanto, nem Haiti nem Brasil – assim como a comunidade internacional – esperavam que uma catástrofe de ampla magnitude viesse assolar aquela região.
O terremoto que praticamente destruiu o Haiti, pois a concentração econômica e populacional está exatamente na área onde o fenomemo ocorreu, não abalou somente as estruturas de prédios e casas, mas ainda repercute em ondas menores nas relações de poder entre Brasil e EUA. A relação atual entre estes dois países também está figurando no cenário mundial após a intervenção dos EUA na coordenação das ações emergenciais naquele território.
Após a mobilização mundial em ajudar aos haitianos devido à catástrofe ocorrida, os EUA passaram a querer liderar também as ações dentro do território, enviando uma grande frota de soldados com medo de uma “onda de terror” que poderia ser gerada pelo caos instaurado, e controlando todas as ações que devem ser tomadas na região mais afetada pelo abalo sísmico. O Brasil, em sua pasta das Relações Internacionais, por sua vez, vê sua soberania ser ameaçada e começa a questionar a atitude do Big Brother, pois como é o país escolhido pela ONU tem o direito de liderar todas as ações, uma vez que é o líder da missão MINUSTAH (uma missão de paz criada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas em 30 de abril de 2004 para restaurar a ordem no Haiti, após um período de insurgência e a deposição do presidente Jean-Bertrand Aristide).

- O Choque das Placas Americanas -

Esse mal-estar político entre essas duas soberanias vem aumentando a tensão diplomática entre os dois paises. E os motivos são diversos para que isso ocorra.

De um lado, temos o Brasil, que almeja uma cadeira efetiva no conselho de segurança da ONU e vem galgando pelos caminhos para que isso ocorra (varias são as participações do Brasil em missões da ONU), o aumento de sua relação internacional – objeto de análise especial – é uma das principais características do governo atual, o grande numero de acordos internacionais com países que estão evoluindo economicamente, e que assim o desejam, fizera do país um líder em diversos grupos econômicos (como G-20 e BRIC), e a atual fase do Presidente LULA fortalece ainda mais essa liderança. Do outro, temos os EUA, que estão se recuperando uma crise econômica jamais vista e que buscam soluções para não cair em outra (dessa vez a da saúde), que enfrentam problemas do governo anterior gerados pelas ações militares no oriente médio e que veem a liderança continental ser diminuída após as indicações de um outro presidente como principal líder (nesse caso, o próprio presidente brasileiro, eleito por franceses, ingleses e espanhois como personagem do ano). Não era de se tardar que uma hora ou outra eles tentariam impor mais uma vez sua supremacia.
O que sobra aqui como discussão é: será que o Brasil vai enfrentar os EUA afim de liderar as missão no Haiti (lembrando que os EUA são membros permanentes do conselho e o voto deles pode definir a aceitação, ou não, do Brasil como membro permanente) e se mostrar ao mundo como a mais promissora potencia no continente, ou será que o governo brasileiro vai sucumbir diante da pressão e do poder estadunidense, afim de garantir sua cadeira no Conselho de Segurança da ONU?
Ainda não sabemos ao certo qual o final desse embate, o que resta é torcer para que isso não atrapalhe as medidas a serem tomadas afim de reduzir o problema humano que o Haiti vem enfrentando e que tudo se resolva o mais rápido possível!



Um comentário:

  1. a forma subjetiva de discutir o assunto afirma a maxima que a geografia pode ser abordada sob
    a subjetividade dos temas e do titulo, mais a objetividade do assunto faz valor a maxima da geografia de abordar o assunto por outras opticas

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