quarta-feira, janeiro 21, 2009

Geomarketing: a geografia adentrando no mundo dos negócios e das grandes corporações

A geografia foi até o começo da Era Moderna a disciplina que falava ao “príncipe”. Isso se deve ao fato de que o Rei (ou príncipe, monarca, Imperador etc) sempre tinha um geógrafo (ou um cartógrafo) a mão, pois ele precisava tomar decisões com base em dados reais que ele próprio não conhecia a fundo. Então, nasceu esse ditado de que “a geografia fala ao príncipe”.

Mas, no decorrer da Era Moderna o Estado passou a ser o príncipe. Ou seja, a autoridade não estava mais em uma pessoa exclusiva, mas estava disseminada em uma coisa que chamamos hoje de Estado. O Estado nada mais é do que um organismo (ou um órgão) que ordena todo o território. Ou seja, ele administra o território. O Estado brasileiro administra o território brasileiro da mesma forma (isto é exagero meu, mas é para exemplificar) que o Estado norte-americano ordena o território dos Estados Unidos.




A partir daí a geografia passou a falar ao Estado. A geografia se tornou nacional e nacionalista. Ai entrou a ideologia de estado e ai a geografia passou a sofrer graves distorções. Mas, também outras disciplinas vieram para “falar ao príncipe” tal como a administração, engenharia e principalmente o direito. Ora o nome já´diz “Estado de Direito”...rs. Esta nossos colegas advogados levaram mesmo! Mas, ainda há espaço para o geógrafo (digital é claro) falar ao Estado! Veja como algumas empresas estão usando mapas digitais para combater a dengue no Brasil e ganhando dinheiro com isso! E de onde saiu os projetos? De dentro de Universidades...




Mas, o mundo dá voltas porque ele é redondo! Então, a geografia agora, agora na era das grandes corporações globais, é chamada novamente ao palco central. Mas, foi agora chamada para falar a um novo príncipe: a corporação capitalista. Muitos não gostaram (e ainda não gostam) e não aderiram (e não aderem). Ora a geografia serviu ao príncipe (e apesar da carnificina) a sociedade avançou! Serviu ao Estado (e apesar da carnificina) este também avançou! E agora chega a hora das grandes corporações!

Como existiram príncipes e príncipes (temos do Rei Arthur até Ivan o terrível), existiram Estados e Estados (Suíça, Bélgica e Estados Unidos até Coréia do Norte, Rússia e Afeganistão) e também existem corporações e corporações (Google, Natura, Magazine Luiza até... vamos deixar a história dizer...rs). Mas, o fato é que a geografia esta sendo chamada a falar ao novo príncipe através das novas tecnologias de mapeamento digital. A cartografia digital é apenas uma ponta do iceberg. Veja este programa sobre o Instituto Geográfico fala sobre a geração de informações através destas novas tecnologias! E veja, este programa já meio antigo, mas muito ilustrativo.





A área de geomarketing é uma área que esta crescendo exponencialmente. Ela cresce porque este grande volume de dados que é gerado com os mapas digitais tem que ser trabalhado de um forma mais sofisticada. Os mapas digitais geram dados de mensuração (volume de informações) e quantificação (separação de informações por áreas), mas não produzem a qualificação destas informações.


Estas informações estão no território e tem um valor social que precisa ser levado em conta e isso o geógrafo (bem formado a respeito dos conceitos de local, região e território) pode fazer. O geomarketing nasce deste trabalho de quantificação (separação de informações por áreas) e qualificação (interpretar os dados através do movimento social que ocorre no território). Isso gera informações precisas que são usadas na tomada de decisões por parte das corporações.

Tenho vários exemplos ligados a isso que vou estar postando aqui futuramente!

Um comentário:

  1. Parabéns pela brilhante exposição de dados e argumentos relativos à geografia no mundo atual! Os avanços da geografia auxiliarão, em muito, nas soluções das catástrofes ambientais. Valeu!

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