Cabo Verde: uma geografia a se admirar

Interior da Ilha de Santiago, em CABO VERDE, impressiona

Situado no chamado Círculo de Fogo do Atlântico (América Central, Antilhas, Açores, Mediterrâneo e Cáucaso) o arquipélago que forma o território da República de Cabo Verde possui uma Geografia Física pouco familiar aos brasileiros. São ilhas vulcânicas constituídas por constantes emissões de magma na área de divergência da placa tectônica Africana com a placa Sul-americana e a Caribenha. Uma delas, inclusive (a Ilha do Fogo) é inteiramente dominada por um grande vulcão ativo. A ilha de Santiago, a mais habitada, oferece uma incrível oportunidade de acesso ao seu interior com várias estradas que recortam seu relevo montanhoso.

O relevo é realmente muito montanhoso, inteiramente escarpado e sulcado (dissecado) por uma erosão dominada por processos físicos. Duas grandes cordilheiras se destacam no conjunto: a cordilheira da Malagueta e a Serra do Pico da Antonia (primeira foto), que possui o ponto mais elevado da ilha: 1.392 ms. As longas vertentes em declive acentuado apresentam dificuldades para a formação de solos, o que combinado às condições semi-áridas do clima terminam resultando numa vegetação adaptada, porém esparsa e numa hidrografia intermitente.

E é nessa configuração física que se exerce a vida rural da ilha, baseada numa agricultura que se desenvolve nas baixadas mais úmidas, nos terraços das vertentes trabalhados para florescer no período das chuvas anuais. Em condições de tamanhas dificuldades não se pode deixar de notar os resultados conquistados e a geografia humana que se constitui no interior dessas montanhas secas. Sítios, pequenos povoados, luz elétrica, escolas bem organizadas (foto- Liceu em Assomada, no interior da ilha de Santiago), grupos de estudantes uniformizados simbolizam uma ordem humana a se admirar que se ergue a despeito das condições naturais e econômicas.